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porFICE Brasil

Abracionices

Um livreto dos abraços para professorxs das infâncias em tempos de recolhimento

Desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas da(s) Infância(s), Formação de Professores e Diversidade Cultural
UERJ – Faculdade de Formação de Professores – São Gonçalo – RJ (gifordic@gmail.com)

PARA INÍCIO DE CONVERSA, É MUITO BOM A GENTE IR SE APRESENTANDO! SOMOS UM GRUPO DE PESQUISA, FORMADO MAJORITARIAMENTE POR MULHERESPROFESSORAS QUE TRABALHAM E PESQUISAM INFÂNCIAS, FORMAÇÃO DE PROFESSOR/AS E DIVERSIDADE CULTURAL. E ASSIM COMO VOCÊS, TAMBÉM ESTAMOS EM ISOLAMENTO SOCIAL HÁ QUASE TRÊS MESES. E FOI PENSANDO EM “NOSOTRAS” , E NO ESTRANHO TEMPO QUE O COVID-19 VEM NOS EXIGINDO A SEGUIR E A RESISTIR,
(TEMPO QUE ATÉ PARECE QUE A TERRA PAROU DE GIRAR, COM CERCA DE MAIS DE 191 PAÍSES DO MUNDO PRATICAMENTE “EM CASA” , COM ESCOLAS , UNIVERSIDADES, CRIANÇAS, JOVENS E  PROFISSIONAIS SEM ESTUDAR E/OU TRABALHAR), QUE ESCREVEMOS ESSE LIVRETO – “ABRACIONICES”” – NOS COLOCAMOS AO SEU LADO, DESEJANDO CONVERSAR, BATER PAPO,
TROCAR IDEIAS, E SOBRETUDO LHE ABRAÇAR E DIZER QUE ESTAMOS PERTO, JUNTAS NA LUTA PARA QUE A ALEGRIA, A NOSSA FORÇA MAIOR, NÃO NOS ABANDONE NESSE MOMENTO DE TANTAS ADVERSIDADES.

VAI PASSAR!

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porFICE Brasil

Learn how to adapt child protection case management during Covid-19

Gostaria de compartilhar com você uma oportunidade de treinamento gratuito sobre o tópico “COVID-19: Adaptando o gerenciamento de casos de proteção à criança”, que melhorará sua compreensão dos riscos e vulnerabilidades elevados de proteção que as crianças enfrentam em todo o mundo durante o COVID-19 pandemia.

Você aprenderá como adaptar o gerenciamento de casos de proteção à criança e descobrirá por que é vital que os assistentes sociais e outros provedores de serviços trabalhem em parceria para garantir que haja uma resposta coletiva à proteção de uma criança.

O curso fornecerá exemplos de práticas promissoras e estimulará o intercâmbio de idéias e experiências entre alunos de todo o mundo.

Quais tópicos você abordará?

  • Compreensão dos riscos, vulnerabilidades e desafios adicionais da proteção à criança que surgem como resultado da pandemia do COVID-19.
  • Exemplos de como o gerenciamento de casos de proteção à criança está sendo adaptado durante a pandemia do COVID-19.
  • Compreender a importância da equipe da linha de frente trabalhando em conjunto entre os setores e com os órgãos comunitários de proteção infantil para atender às necessidades de proteção das crianças através de uma abordagem de gerenciamento de casos de proteção infantil durante a pandemia do COVID-19.
  • A importância de manter a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos na proteção e cuidado das crianças.
Este curso foi possibilitado pela
  • Força-Tarefa MOOC do COVID-19 Case Management:
  • Centro de Excelência em Cuidados e Proteção à Criança (CELCIS)
  • Esperança e Casas para Crianças (HHC)
  • Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) Federação Internacional de Assistentes Sociais (IFSW)
  • Serviço Social Internacional (ISS)
  • Rede Latino-Americana de Assistência Social (RELAF)
  • Aldeias Infantis SOS Internacional
  • ACNUR
O curso está disponível em inglês, francês, espanhol e árabe.
Inscreva-se no curso gratuitamente: https://www.futurelearn.com/courses/covid-19-adapting-child-protection-case-management

Sinta-se à vontade para compartilhar essas informações com seus membros nacionais ou qualquer participante em potencial.
porFICE Brasil

Um modelo serve para todos: uma família para todas as crianças, independentemente da situação?

 Editorial. Monthly review – ISS[1]

Published by the International Reference Center for the rights of children deprived of their family. Nº. 223 JULY 2018[2]

O preâmbulo do Convenção Internacional Sobre os Direitos da Criança- UNCRC reconhece que “a criança, para o pleno e harmonioso desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer em um ambiente familiar, em uma atmosfera de felicidade, amor e compreensão”. Isso não cria um forte incentivo para se advogar por uma família para todas as crianças, em todas as circunstâncias?

Defender os direitos das crianças implica garantir uma abordagem individualizada e uma avaliação de suas necessidades, que tenhamconformidade com as premissastambém contidas nesta Convenção sobre “o melhor interesse da criança”. Existe uma exceção a essa abordagem quando se trata decuidado alternativo e adoção? Devemos ir tão longe como imporsoluções baseadas na família para todas as crianças privadas de suas famílias?

As tensões de tal tomada de decisão – muitas vezesbem-intencionada-, mostram que estas decisões, sem dúvida, envolvem riscos.

Uma família para todas as crianças e adolescentes que precisam de cuidados alternativos, independentemente da situação?

As Diretrizes da ONU para Cuidados Alternativos de Crianças notam claramentea necessidade de cuidados de base familiar para crianças menores de três anos econdenam o encaminhamento de crianças aos serviços de acolhimentoinstitucionalem larga escala, considerando os riscos que são agorabem conhecidos e evidenciados. Devido aisto, há um encorajadormovimento contra o voluntarismo na colocação em instituições que atendem crianças [e uma supervalorização da família como lugar de cuidado].

Cabe indagar, portanto, se as Diretrizes da ONU deveriam ter ido mais longe.Talvez fosse bom no momento, discutir se as necessidades de todas as crianças podem sersatisfeitas em uma família, mesmo considerando que a pesquisamostra de forma esmagadora os efeitos nocivos dos cuidados em instituições. Será que todos os casos se encaixam melhor na colocaçãonuma família? Como podemos atender a criança ou adolescente que não deseja viver em uma famíliaou que vive em situação de rua ou ainda um adolescente que procuraum arranjo de vida independente? Uma configuração baseada na família será a mais apropriada para uma criança que saiu de seu paísnão acompanhada e que tem viajado em busca de outras oportunidades, como é o caso dos imigrantes?

Certamente, nesses casos, vemos que as Diretrizes da ONU ainda não alcançam oferecer uma respostasob medida para cuidar destas colocações, garantindo que atendam às necessidades identificadas. Indiscutivelmente, uma abordagem de direitosé fundamental para garantirque tais crianças e adolescentes tenham acesso a uma ampla gama de serviços (inclusive a acolhimento digno), que atendam às suas necessidades. Vários Estados da União Europeia buscam implantar uma alternativa inovadora de centralização das informações para que possam compartilhar a responsabilidade pelas crianças. (Em 2015, mais de 10.000 crianças e adolescentes desacompanhados desapareceram na Europa, e milhares mais continuam desaparecendo desde então).

Observa-se ainda que poucas famílias terão a capacidade de cuidar de crianças com deficiências -particularmente com deficiências graves – a menos que tenham bons recursos. Assim, o desenvolvimento de ferramentas, taiscomo aquelas apresentadas pela Family Care for Children with Disabilities: Practical Guidance for Frontline Workers in Low- andMiddle-Income Countries[3], visa oferecer recursos para ampliar a capacidade dos profissionais e das famílias. Parece claro que o uso de casas com pequenos grupos em determinadas circunstâncias pode ser considerado benéfico, desde que totalmente apoiado pelo Estado. De fato, para atender às graves necessidades médicas e psicossociais das criançaspode ser necessária a junção de recursos escassos em um ambiente sob medida, como esse tipo de residência.

É certo que deve ser encontrado o equilíbrio combatendo-se a má qualidade dos serviços de acolhimento que, sob o disfarcede lares para pequenos grupos, não têm profissionais preparados para atender individualmente as crianças, como parte da estratégia de desinstitucionalização. Esta falha pode ser sanada por meio de processos de capacitação, como aqueles desenvolvidos recentemente pela USAID no Practical Guidance for Frontline Workers acima citado.

Um dos desafios na Europa é a falta de acordo internacionalna definição do que se considera como um grupo pequeno em um serviço de acolhimento. De fato, existenecessidade clara de esclarecimento sobre o papel das comunidadesalternativas, como as casas para pequenos grupos de crianças com deficiências.

[…]

Uma família para todos em adoção internacional, independentemente da situação?

A questão de uma família para todos está muitas vezes ligada à adoção internacional. Aqui, o princípio desubsidiariedade exige que os esforços para a colocação na família de origem tenham sido empreendidos e que as opções de adoção em famílias nacionais tenham sido buscadas. O debate, então, volta-se para o seguinte dilema: a solução disponível em grande escala para as crianças com sua colocação em serviços de acolhimento (como ocorre em alguns países), ou a oportunidade de viver com uma família em outropaís. É útil promover a colocação em uma família a todo custo?

Claro que qualquer colocação em adoção terá que ocorrer em um ambiente com um sistema confiável de preparação, avaliação e apoio a potenciais famílias e crianças e assegurar a supervisão dosserviços de acolhimento familiar envolvidos. Facilitar essa abordagem é um fator-chave na prevenção de riscos e problemas que podem ocorrer nas adoções.

Além disso, vale perguntar se uma abordagem individualizada leva em consideração as visões da criança? De fato, hácasos em que a adoção não é imposta à criança, como num caso em que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos afirmou que as duas garotas adotadas não haviam dado seu consentimento para a adoção e a adoção foi revogada. Só o tempo dirá se tal decisãoresultou na institucionalização dessas meninas, embora, pelo menos por enquanto, seus desejos tenham sido ouvidos.

Além disso, numa onda de maior atenção aos movimentos migratórios, em particular em situações de emergência e decontrole rigoroso das fronteiras nos países de destino, seria o recurso à adoção uma forma legítima de asseguraro melhor interesse de uma criança desacompanhada e ou separada de sua família? A este respeito, vale lembrar quea adoção internacional não é recomendada em situações de crise, inclusive em relação a crianças refugiadas.

Qual seria a abordagem de garantia de respeito em todas as situações?

No meio de debates sobre uma família para todas as crianças, a ISS prefere mover o discurso para a importância de promover uma abordagem individualizada em consonância com as normas internacionais: uma avaliaçãolevando em conta as necessidades específicas da criança e sua voz. Isso implica assegurar que haja uma amplitudede opções para que se possa responder às várias demandas das crianças. Indiscutivelmente, esta é a única abordagem que pode verdadeiramenteatender os melhores interesses de cada criança.

Equipe da ISS / IRC, julho de 2018

Tradução e adaptação de Isa Guará

FICE-BRASIL

[1] “O ISS é uma federação internacional de ONGs e parceiros interconectados que trabalha no sentido de restabelecer os elos de uma família separada por fronteiras. A rede da ISS se esforça para encontrar soluções que melhorem a proteção das crianças em situações vulneráveis. Nossas principais prioridades são proteger o melhor interesse da criança acima de todas as outras considerações e fornecer aconselhamento socio-legal e apoio psicológico.”

[2]Texto original

[3]Disponível em: Family Care for Children with Disabilities: Practical Guidance for Frontline Workers in Low- and Middle-Income Countries

[4](Ver Jeannin, C. (Ed.) (2018). Towards a greater capacity: Learning from intercountry adoption breakdowns. Geneva, Switzerland: ISS